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25 outubro, 2007

Suavidades




As notícias chegam agora
Como se viessem sós.
Sem os autores.
Sem muitos achados.
E eu lendo meu Al-Chaer favorito...

Algumas pessoas chegam de jato
Outras chegam a pé, aos passos,
Como atores
Mas não em dia de procissão
Nem em dia com a esteira

Aquelas que têm em mente
Os favores, as Dolores, os folclores,
Os transtornos,
Sem memórias indeléveis,
Carregam o que passarão pros filhos

Outras têm em mente
Que a pessoa é uma só,
Sem pudores,
E pode desenvolver-se no mundo
Com os pés da própria alma

Eu, quando ia de trem,
Olhava as paisagens e bem
Que percebia as diferenças
Mas agora, indo de fibra óptica,
Nem consigo mais reparar...
NÃO DÁ TEMPO

O tempo de quem só tem por onde correr
No asfalto

De quem nada tem a dizer
Ao auto-atendimento

De quem só tem pra onde voltar
Quando erra o caminho

De quem nada pode esconder
Dos olhos fechados

De quem vira ponteiro
E não pula

De quem vira o avesso
E não acha

De quem toma mais um copo
E passa

Ó gente,
Que nem em si se vê pessoa
Que ao redor não vê espaço
Que no horizonte não vê uma linha
Que nem sabe que o olho vê, a princípio, pra fora.

Um comentário:

Anônimo disse...

É Glau....bom demais da conta menina!!!
e às vezes a gente nem vê, e ponto...


beijos