Meu coração
está no desencontro da espera
pra viver ou ceder ou pedir,
a mim e qualquer um:
sonha pra sonhar
as "maravilhas" dos nossos séculos,
casa mesa tela sal
as "maravilhas" do nosso nexo,
agridoce vendaval
as "vontades" dos beijos selados,
dispensam Carnaval
Desfruta concordar
em gestos e mãos
pois que senão
derrubo castiçal
Opiniões não
precisam ser
grunhidas
de nenhuma
maneira.
Incendeia...
mas depois,
joga água
com borrifador.
bem-vindo/ bienvenido/ welcome
27 maio, 2008
DESABAMENTO
Por que mente, amigo? Nas rodas de sábado, nos livros, pelas vilas, pelo interfone, para o motorista, para tuas paredes, para teus vizinhos, para o teu cãozinho, para as tuas crianças, para o cobrador, pelo troco? Para a tua menina, pelas pernas? Por que mente pelo caminho, pelas caronas? Por que mente pela manhã, depois das madrugadas? No comércio, nas feiras. Pelos serviços? Pelos favores? Por que mente nas conversas, por aí, sobre si, por entre risos?
Construir-se pelo discurso em terreno de areia, em terra de surdos, em telas de cegos, é também inventar-se, ser sem alicerce e seguir impune por entre os riscos de desabamento. (Eu não estou falando, com isso, sobre as verdades, as sinceridades, os pontos de todas as vistas ou qualquer coisa assim. E menos sobre as buscas no mundo ou a eterna busca nos mundos do mim.)
Construir-se pelo discurso em terreno de areia, em terra de surdos, em telas de cegos, é também inventar-se, ser sem alicerce e seguir impune por entre os riscos de desabamento. (Eu não estou falando, com isso, sobre as verdades, as sinceridades, os pontos de todas as vistas ou qualquer coisa assim. E menos sobre as buscas no mundo ou a eterna busca nos mundos do mim.)
26 maio, 2008
Sussuros
No dia em que
Um homem
Parou
Num lugar parado
Olhou
Um olhar parado
Conversou
Uma conversa olhada
Mastigou
Um beijo conversa
E engoliu
Gritos
Com cerejas,
Soaram
Por dentro
Apaziguantes
Desejos de paz
e suSSurros.
Um homem
Parou
Num lugar parado
Olhou
Um olhar parado
Conversou
Uma conversa olhada
Mastigou
Um beijo conversa
E engoliu
Gritos
Com cerejas,
Soaram
Por dentro
Apaziguantes
Desejos de paz
e suSSurros.
25 maio, 2008
Uma mina de idéias
Sou eu quem brota em mim,
uma mina.
Sou eu nessas palavras, calos
de ideias.
São meus os dedos tortos
e
não há ideias
não há ideias
não há ideias
bem aí,
você lê:
não é você.
uma mina.
Sou eu nessas palavras, calos
de ideias.
São meus os dedos tortos
e
não há ideias
não há ideias
não há ideias
bem aí,
você lê:
não é você.
04 maio, 2008
Na beirada da estrada
Na beirada da estrada tem uma pedra
Tem uma pedra na beirada da estrada
Tem uma pedra
Na beirada da estrada tem uma pedra.
Nunca me esquecerei dessa bicudada
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
e pra beirada da estrada foi lançada.
Tem uma pedra na beirada da estrada
Tem uma pedra
Na beirada da estrada tem uma pedra.
Nunca me esquecerei dessa bicudada
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
e pra beirada da estrada foi lançada.
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