"Lo único que queda del encuentro es la seguridad de que los adultos no tenemos la menor idea sobre el verdadero significado de las palabras" (Gabriel Garcia Márquez)
primeiro a criança perguntou
o que é: árvore
depois, o que é: fruta
depois, o que é: vitamina
e fez uma sequência de perguntas
até chegar noutra
que foi virando rima
o que é essa coisa
a memória
onde é que ela mora
por onde é que ela ia
vir a ser poesia
ou ter um e outro ai
e pra onde é que ela vai
é desprovida de lugar
ou tem cantinho certo
um lar
quanto tempo longe
quantos metros perto
tem tamanho
tem idade
que parentesco tem
com a saudade
é filha, ou é pai
a memória, criança minha,
esse recurso humano,
e de outros seres vivinhos,
que nos faz recordar
outros passados anos
é como um cofrezinho
em que guardamos o que aprendemos
tudo o que vivemos
desde pequenininhos
uma história é possuir memória
outra, é o poder de lembrar
há até um sujeito
de nome Paulinho
que canta assim, na viola:
meu filho tome cuidado,
quando eu penso no futuro
não esqueço o meu passado...
o agora: é um presente!
e essa coisa, a memória
por estar grudada e costurada,
é impossível ser evitada
na construção do amanhã,
na escolha em ser o mocinho,
ou, criança minha, o malvadinho....
e o verbo escolher, menino,
é deixado de fora por muitos memórias,
não se esqueça.