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06 janeiro, 2008

Corações libertos

Conheci um gênio que não sabe o que é o amor
Passei de pena a pavor em segundos de conversa
Eu tentei ouvir mais
Eu tentei falar de coração
Eu mostrei o horizonte
Mas o marca-passo do tempo
Deixou espaço para uma despedida
Sem abraço sincero
Sem beijo molhado
Sem graça
Uma despedida repleta de faltas
Falta de interior
Algo que ninguém aprende sem querer
Mas que se apreende descuidadamente
Quando o ouvir é desarmado
E as falas são desinteressadas
E as conversas se encaminham por descaminhos
E os descaminhos por estradas
Pelas quais somente um velho coração
Sabe trilhar, sem medo de se entregar...
Carências de todo um mundo
As quais somente a sabedoria de um coração farto de vida
Sabe suprir, sem medo de se perder...

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