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17 junho, 2010

Haveria de bom em estar entre
e não ser ponte
estar com o coração
mais pra lá
que pra cá

Aliás
o corpo inteiro,
a mão que telefona
e abre e-mail

Agora,
mais pra cá,
onde a cor é outra
também o corpo quer ser outro
mas está proibido
pelas leis mais naturais

alguma coisa resiste por fora
ocupa um lugar
e o que existe por dentro, transforma

também o tempo quer ser outro
outra estranha relatividade

A poesia é  o colete salva-vidas


A poesia é o vento
que vai daqui pra lá
e vem de lá pra cá




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No vendaval infinito
percorrem o ciclo
algumas figuras altamente
teatralizáveis e sensíveis.
Figuras voam, figuras vagam
a fim de que as encontremos:

algo de Jorge Luis Borges:





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