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02 junho, 2010

*


Pareço que afundo no celeste
Desse azul que parece céu

Essa rua, a minha,
é a mais colorida de celeste
mais colorido do agreste

E esse azul predominante
que piso,  pego
e emaranha meu cabelo quando voo
desbota paciência
gruda na sola do
pinga da barra da calça
e entope o cano da pia

Pareço que afundo no celeste
Desse azul que parece meu
E pareceria sempre ser
Se não tivesse passado
A parecer ser mais da rua
De la nación hermana

Parece que me afundo no celeste
Desse azul que passa ser meu
E agora o é, grudou, o sou

E não desisto de tentar misturar com a dele
a minha lingua vermelha, lingua flor amarela

São  dele meus  esforços de reciclagem
a minha blusa de lã
a coceira pra repensar credo e cor
os empirismos e salto criativos
para internalizar o que parecia ser
muito muito muito
regional, contrario e adverso
ao meio da minha nascente

mono cor fria, topo de colina
repelente traiçoeiro: atrai
e aproximo-me...e aproxima-se...
pelo lado contrário,
e há alguma proporcionalidade
entre estarmos menos distantes
enquanto mais diferentes
(trecho do Livro que não existe)



*Escrito em Buenos Aires, por ocasião da Copa do Mundo de 2010, frente aos preparativos da torcida argentina. Continuação do post: e sofrer é... 








Um comentário:

rOdrigO disse...

atravesso fácil!

bah!